DOS DIAS IDOS
Enquanto o sol se põe entre edifícios
E tudo pouco a pouco fica escuro,
Nas sombras que se alongam eu procuro
Dos dias idos válidos resquícios.
Deixo as luzes cambiantes dos inícios
Aos olhos apressados do futuro...
E estabeleço, ainda que inseguro,
Poéticas novas d'artes e artifícios.
Aquele escrever meu antigo e estranho
Fora-se co'as fumaças vãs d'antanho
Junto com inquietudes desmedidas.
Mas olho o sol se pôr -- qual fazia antes --
A ver cá das alturas dos mirantes
Os versos que escrevi em minhas vidas.
Belo Horizonte - 19 10 2017