PLUVIOSO
Nas águas, fico insípido após dias
Passados entre a espera e o desalento.
E o Sul, sempre a nublar o firmamento,
Estende à imensidão melancolias.
Atravesso sem reis ou suas folias
Outro entardecer húmido e cinzento…
A ver a arrumação que fez o vento
Precipitar enfim horas sombrias.
Mas guardando os enfeites do Natal
N’um lento e solitário ritual,
Penso que a chuva leva embora tudo.
Eu deixo uma guirlanda na enxurrada,
Levando as boas festas para o nada,
Na esperança do céu se abrir desnudo.
Betim - 06 01 2023
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