terça-feira, 18 de outubro de 2022

À PROCURA

À PROCURA 


Busco-me rabiscando com a pena 

O pálido papel até que expresse

Em esboços e letras uma prece

Que à guisa de poesia s’encadena.

 

Basta da realidade que a Hora encena! 

Tão mortal quanto o mal que não s’esquece,

A cada dia basta o seu estresse:

À noite se contemple a lua plena…

 

Poeto, mas o óbvio impõe-me a irrelevância

Mediante obscuras obras de loucura, 

Que ainda me alimentam a alma de ânsia. 

 

Mesmo assim, não me curvo à desventura:

A razoáveis razões oponho a infância, 

Enquanto vago as noites à procura. 

 

Belo Horizonte - 10 10 1992 

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