DISPARATES
Dizes as palavras certas
Para as pessoas erradas
Com um furor inclemente.
No peito, chagas abertas
Sangram tristezas passadas
Sobre amores do presente.
Ferida, feres de morte
Àqueles que por amor
Estão mais perto de ti.
E enfim se afastam, de sorte
Que um rastro de fúria e dor
Vás deixando aqui e ali.
Com tamanho destempero,
A pouca razão se perde
Em muita aporrinhação:
Tu, da calma ao desespero,
Tremendo igual vara verde
No calor da discussão...
Esses tantos sentimentos!
Essas razões tão injustas!
-- A olhos mal dissimulados... --
Dão tom para tais momentos
Nos quais deliras às custas
De quem escuta teus brados.
Porque no ataque s'escuda
Quem vive em meio a temores
E agride antes de agredido:
Só ódio à face desnuda
A vociferar horrores
Sobre mais um desvalido.
Betim - 13 08 2017
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