MONTANHISTA
À minha volta já não vejo terra
Mais alta que a debaixo dos meus pés!
Lançada a sorte, esqueço haver revés,
Ao longo do abismo onde a trilha encerra.
Aqui, do alto mirante, a mirada erra
Por vales neblinados e através
Das nuvens arrumadas lés a lés
O sol nascendo lá detrás da serra.
Ao chamado das íngremes jornadas,
Lucidamente varo madrugadas
E contemplo no céu luzes estranhas.
E a quem acaso possa interessar,
Sabei nas grimpas meu comum lugar:
Fiz morada nos cumes das montanhas.
Igarapé - 25 02 2023
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