CÉU DE CHUMBO
Tem dia que parece noite… Quando
O sol some por trás da tempestade!
Muda a face da terra a obscuridade
D'um forro de nuvens avançando…
O vento, antes revolto e depois brando,
Uiva um lamento vão de insanidade
A encher de desalento e soledade
Os cafundós baldios por onde ando…
Quase a me desabar sobre a cabeça,
Rogo ao céu que deveras anoiteça
E tudo não passar d'uma hora incómoda.
Baldo é, pois, a plumbífera atmosfera
Ganha ares de tragédia e de quimera
À medida que cobre toda a abóboda...
Betim - 16 06 2023
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