INCOMPREENSÃO
Talvez, se tu calçasses meus sapatos
E buscasses andar por onde andei,
Aprenderias quanto agora sei
Ou quanto me furtei a vãos recatos…
Não me venhas com fúteis aparatos,
Sempre a condescender igual grão rei.
Tamanha liberdade jamais dei
A ti ou qualquer um d’estes ingratos.
Ide, todos e tu, para bem longe!
Outro velhaco em hábito de monge
Não há-de m’ensinar a ser humano.
De resto, enmimesmado com meus erros,
Caminho junto ao abismo quase aos berros,
Clamando contra os céus de tão mundano.
Confins - 16 12 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário