PAS D'AMOUR
Mantenho os olhos tristes, mas honestos;
Pois já não romantizo as minhas quedas.
As coisas como são são mais azedas,
Contudo têm seus males manifestos.
Vivi me contentando com os restos,
Enquanto se fartavam d'horas ledas.
O azar levou-me as últimas moedas…
Eu hoje economizo até meus gestos!
Talvez, de tanto dar, quedei vazio
Ou permutei em vão co’o Grão-Vadio
Auroras por misérias perfumadas.
Vou, sem nenhum amor, seguindo em frente
E trilho a noite escura, tão-somente
Atento às pedras soltas pela estrada.
Betim - 01 12 2023
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