ANOITECER
Surgia a estrela d'alva sobre os cerros…
E a lua, um alfange forjado em prata,
Mais urgia violões em serenata
À noite se achegando dos desterros.
Cá, no peito do poeta, posto a ferros,
Amor logo se agita e se desata:
Irrompe outra cantiga à sua ingrata,
Mas não por seus acertos, sim seus erros!
Também a sapaiada nos baixios,
Em melopeia de coaxos arredios,
Traz mais melancolia àqueles breus.
Restava ao bardo apenas soltar versos,
Que para a amada soam ais dispersos
Ao ver em lua e estrela os olhos seus…
Betim - 15 03 2024
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