À ESPERA DO CÂNCER
Vivem como se não quisessem mais
Tantos são os venenos que consomem!
Pernicioso a si saber-se-á o homem
Em vista dos seus hábitos mortais?
Aquele é muito triste ou só demais…
Outros sequer reparam no que comem…
Há os que estão em guerra com o abdómen…
E muitos a engolir os próprios ais…!
Vivem como se não tivessem medo
De morrer muito mal ou muito cedo,
Em vista do marasmo de seus dias.
E o tédio leva ao vício que leva ao ócio…
A despeito d’estrelas ou equinócio,
A morte ronda as vidas mais vazias.
Betim - 31 03 2024
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