terça-feira, 2 de julho de 2024

NOCTURNO

NOCTURNO


Eu saio para olhar a escuridão,

Que existe para além de meus caminhos.

A noite, embora fria e sem carinhos,

Me cobre o seu dossel de solidão.


Se meus olhos distantes de ilusão

Se perderam entre astros mais vizinhos,

O vento m’enregela em torvelinhos,

Uivando nos pinhais triste canção.


Eu sigo enmimesmado esses zumbidos

Indiferente a estrepes ou valetas,

Que jazem entre as trevas escondidos.


E encontro, para além d’horas inquietas,

Uns lampejos de sonhos esquecidos,

Ao perder-me entre estrelas e planetas.


Lapinha da Serra - 15 06 2024









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