A COR DOS OLHOS
Meus olhos, tão comuns que não costumo
Vê-los senão nos teus, verdes espelhos.
Se eu os tenho co’os meus quase parelhos,
Veem, sem quê para quê, fora de prumo.
Pois, ao vê-los em ti, vejo que velhos
Qual dois astros no ocaso de seu rumo…
Deveras, logo a vista eu desarrumo,
Como se olhasse um sol sem aparelhos.
Castanhas bem escuras, as pupilas
Parecem rebrilhar por sobre as tuas,
Até reverdecerem, cá, as duas.
Lúcida e claramente, tu cintilas!
Tão bela a cor dos olhos que me querem,
Que mais belos meus olhos por te verem.
Betim - 18 12 2024
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