quarta-feira, 7 de setembro de 2022

DESAVERGONHADA

DESAVERGONHADA


Tu, muito embora casta; embora pura,

Tens com tua beleza tal poder,

Que inflamas mesmo os santos de querer,

Enquanto rezas nua na clausura…


És demasiado carne e formosura

Para viveres só a esvanecer.

Não te faria Deus para o prazer

Apenas para arderes de loucura!


Sê desavergonhada pelo gozo,

Que de ti mesma obténs no prazeroso

Afã de te tocares com lascívia.


E não te negues mais, porque pecado

É deixares teu corpo abandonado;

Já sem sangue por sob a pele lívia.


Betim - 05 09 2022











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