segunda-feira, 5 de setembro de 2022

ORIUNDA

ORIUNDA


Não tanto os olhos, antes os olhares

Contam de sua história e sua origem.

Eram fundas miradas de vertigem,

Enviesadas a mim como a meus pares.


Contavam d’outras épocas, lugares

E mesmo dos costumes que ‘inda afligem

Mulheres que cobertas de fuligem

S’escondem atrás de homens e de altares.


Baixa a sua cabeça, todavia,

Quando sustento o olhar para encará-la

No afã de surpreender-lhe a fantasia.


Enigmaticamente, nada fala

E se retira certa de que, enfim,

Eu d’ela menos sei que ela de mim!


Betim - 05 09 2022

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