CÃIBRAS
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CÃIBRAS
De repente estirou a sua perna
E era todo o corpo indo para o fundo...
Desceu, debaixo d'água, até um mundo
Oculto em solidão silente e eterna.
Por minutos, alheio a voz externa,
Não ouvia outro som senão o oriundo
De dentro de seu ser, onde o eu profundo
Com todos os seus vários eus se alterna.
Malgrado doesse forte e se afogasse,
Sentia ele uma ausência inexplicável
Ante a urgência que logo se salvasse.
Pois, era aquela paz inabalável
Capaz de contrapor toda sandície
Que experiencia ao vir a superfície.
Betim - 23 11 2014
Aconteceu em Salvador, em 1995. Lá, em algumas praias, é bastante fundo perto da areia. Nadava e o músculo da perna estirou... Fui igual uma pedra para o fundo, sem conseguir mexer a perna. Estranhamente, não me afobei: fiquei o máximo que pude sem respirar e senti uma paz imensa. Aos poucos o movimento da perna foi voltando e subi à tona. Foi uma experiência intensa, não de risco de morte, sim de descoberta de uma realidade quase onírica no fundo do mar.
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