ROMPANTE
Não me disse palavra. Apenas foi...
Deixou atrás de si – agora penso –
Esse silêncio abrupto quase infenso,
De vê-la partir sem sequer um oi.
Antes, urrou que nem bumba-meu-boi
A saltitar no chão, perdido o senso!
Depois, ensimesmou-se n’um pretenso
Fastio de quem muito se condói…
A despeito de tudo, não lamento
Sua partida em meio ao desalento
De mais uma conversa amargurada.
Lamentaria, sim, toda uma vida,
Às voltas com franqueza desmedida:
Dizer a coisa certa na hora errada…
Betim – 10 12 2014
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