TEMERÁRIO
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TEMERÁRIO
Tenho medo de que teu olhar tenha
Uma verdade cuja luz sequer
Ousaria admirar enquanto houver
Dor. Mesmo que a dor venha e convenha...
Como um que quer tanto que desdenha;
Como aquele que vem só quando quer;
Pudesse o olhar extremo da mulher
Penetrar fundo tão obscura brenha!
Não. Nem é mais talvez nem inobstante,
O bom d’estarmos sós é semelhante
Aos derradeiros sonhos e esperanças.
Entenda: posso dar nem mais um passo,
Sim o tropeço só que ganha o espaço,
Rodopiando-me em falso estranhas danças.
Betim - 30 12 2014
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