MÁQUINA DE ESCREVER
Tinha os olhos mais doutos que letrados
Atrás d'aquelas teclas cheias de dedos...
Metralhava ao papel amores ledos
Em vermelho e maiúsculas grafados.
Saudoso de meus versos extremados,
Reconheço ora às laudas velhos medos
Nas entrelinhas onde sós segredos
Foram quedar por décadas guardados.
A folha em branco -- pura mas vazia --
Recebendo-me as letras que algum dia
Farão tremer o peito ainda infante.
Uma máquina feita de esperança
Aquela onde escrevera quando criança
E onde alguma poesia fez-me errante.
Betim - 11 11 2017
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