Entre tudo o que se diz
E quanto se quis dizer,
Carece reconhecer
De quem dizia os ardis
E quem ouvia o saber.
Porque ouvir é atentar
Àquilo que o outro nos disse
Mas também ao que desdisse
E, conforme a hora e o lugar,
Saber se facto ou tolice.
Pois a palavra falada
Pelo tom que se lhe dá
Em bem ou mal haverá-
De nos ser interpretada,
Repetindo-a lá e cá.
Porém, à palavra escrita,
A voz que fala se cala...
E por calada intercala
Tanto a verdade infinita,
Quanto a mentira mais rala.
No mais, onde for Poesia
Só o espírito penetra:
Rima, ritmo, metro etcet'ra...
Feliz quem tem a alegria
De vivê-la ao pé da letra!
Belo Horizonte - 25 08 2018
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