ATRÁS DAS GRADES
Por fim prendi o mundo atrás das grades
Enquanto m'embriagava em minha varanda:
Desde que contra tudo pus demanda,
Privo os outros de suas liberdades.
Ébrio, fico a observar duas cidades
A de quem é mandado e a de quem manda,
Onde cada um que pelas ruas anda
Prisioneiro é das próprias inverdades.
Verdadeira somente a dor que sinto
Por quem manda qual por quem é mandado,
Que os vejo andando em vão n’um labirinto.
E acabo na varanda embriagado,
A olhar na solidão do vinho tinto
Todo o mundo por mim aprisionado...
Belo Horizonte – 20 11 1991
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