Se eu não posso ser eu, que seja aquele
Que bem melhor que sou se me apetece:
Sua fala eu recite feito prece;
Sua maneira imite em minha pele!
No palco, qualquer sombra que interpele
Responderá que o mal bom lhe parece...
Que a máscara ora ri; ora entristece,
No afã de que a verdade se revele.
Sendo quem eu não sou e passo a ser,
Projeto a minha vida n'outras vidas
Para, por meio d'elas, eu viver...
Que estas sombras em mim tão bem vividas,
Ávidas d'existir me façam ver
As verdades de mim mesmo escondidas!
Betim - 19 01 2019
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