NÃO AMEIS
Vós, que buscais d'amor os seus extremos,
Jamais considerais os grandes riscos:
A ver alheias traves, não seus ciscos...
Nós como vós também já nos perdemos.
Em canoas furadas e sem remos
Ousamos embarcar, embora ariscos.
Sonhando com campinas mais apriscos,
Nada senão abismos conhecemos!
Não ameis vós que amais perdidamente.
Cuidai, pois, do que haveis à vossa frente,
Não buscando em ideais felicidade.
O amor que procurais ser-vos-á queda.
N'outro golpe à traição que se conceda
A quem sempre nos falta co'a verdade.
Betim - 01 02 2019
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