JEJUANTE
A fome que me come p'las entranhas
Quer, senão me matar, mortificar.
Ou pôr as emoções em seu lugar
E retomar com Deus velhas barganhas.
De barriga vazia, horas estranhas
Eu passo sem que possa nem pensar:
Talvez deixe de ser só para estar
E negar à carne fraca novas sanhas.
Decerto, há-que se ter todo o desejo
Para além das vidas que cotejo
Paralelas ao tempo e à eternidade.
Mas quem controla quem? Vai se saber...
Sigo jejuante para não querer:
Nego à carne qualquer necessidade.
Betim - 05 07 2020
Espaço para exibição e armazenamento de poemas à medida que os vou escrevendo. Espero contar com o comentário de leitores atentos e gente com sensibilidade poética por acreditar que o poema acabado não precisa ser o fim de uma experiência, sim o início de um diálogo.
sábado, 5 de setembro de 2020
JEJUANTE
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