VIDA A DOIS
Se nem tudo são flores nos amores,
Tampouco só de espinhos os caminhos.
Noites há de carinhos, bombons, vinhos...
E outras de dissabores, mágoas, dores...
Quando, entreolhos, ardores furta-cores
Brilham por comezinhos desalinhos,
Nossos peitos sozinhos mais vizinhos
Se veem como os amores entre as flores.
Esse sonho sonhado lado a lado
Quer-se experienciado, não louvado,
Qual ídolo de barro oco sobre o toco!
Mas quanto há de infinito mais bonito
Mostre-se, tanto dito quanto escrito,
N'um capricho barroco dorminhoco.
Belo Horizonte - 10 07 2021
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