EM FINS DE DEZEMBRO
Foram dias sem sol; noites sem lua,
Aqueles que, passado o Solstício,
Trouxeram-me o momento mais difícil
D'esta vida que apenas continua.
Horas e horas vagando pela rua
Tidas no bizarríssimo exercício
De rondar por beirais de precipício
A ecoar-me ganidos de dor crua.
Alheio a tudo e todos, andava eu
Às festas que costumam dar o povo,
N'um Natal em que nem Jesus nasceu...
Nenhum excesso mais eu me reprovo.
E, para esquecer quanto aconteceu,
Vou celebrar em vão outro Ano Novo!...
Guriri - 31 12 2020
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