O QUE NÃO TE MATA
Mas, de facto, o que mais nos fortalece
É o que, ao nos tentar destruir, fracassa.
Qual quanto mais afunda; mais abraça
Um afogado a prancha em que padece.
Depois de tanta luta; tanta prece,
Quem passa o infortúnio da desgraça,
Desdenha de armadilha ou de trapaça
Que se lhe possam pôr p'ra que tropece.
Apesar de tudo, houve um outro dia!
E mais outro e mais outro e mais e mais:
Há-que s'endurecer! Sem ais e tais...
E a vida continua, sem utopia…
Funda a ferida, sim, mas não de morte:
Se não te mata mais te faz mais forte.
Betim - 05 01 2021
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