EM PROFUNDIDADE
Quando olho para dentro olho o infinito,
Co’a mirada perdida no horizonte...
Vendo sem ver sequer o que de fronte
Passa enquanto nem calmo nem aflito,
Procuro na paisagem o irrestrito:
A ver que o sol nascente além desponte,
Minh’alma em panorâmica se conte
N’aquilo que, recôndito, é conflito.
Quando olho o infinito olho para dentro
E irradio a distância desde um centro,
Que aponta para a fuga de si mesmo.
Se o abismo me olha quando eu olho o abismo,
Sendo sem ser transcendo o egoísmo,
Horas a fio olhando longes a esmo.
Belo Horizonte - 15 05 2022
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