CASARÃO
Junto do parapeito da janela,
Miro e remiro o largo citadino.
Há n’esse meu mirar algo menino,
Que mais dentro que fora se revela.
Miro e remiro a velha cidadela,
Enquanto ao parapeito escuto o sino.
Há n’esse meu mirar um desatino,
Cujo encanto profundo me desvela.
A lua sai detrás da serrania
E logo a rua toda parecia
Banhada em fantasia enevoada.
Há n’esse meu mirar um bom proveito:
Eu, da janela, junto ao parapeito,
Miro e remiro a noite enluarada.
Betim - 25 02 2025