COLIBRIS
Soubesse parar no ar; soubesse olhar
E ver quanto m’escapa ao entendimento.
Retirar do momento o movimento
E reter-te à retina até te amar.
Talvez no coração fosse guardar
Senão o pensamento, o sentimento
Ou obter da sensação contentamento,
A tempo d'uma flor desabrochar.
Tal como os colibris pelo jardim,
Não te ofertar senão delicadeza,
Às voltas com efêmero festim.
E, também como eles, ter certeza
Da doçura do beijo em teu carmim:
Nutrir-me tão-somente de beleza.
Betim - 20 06 2025
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