segunda-feira, 21 de novembro de 2022

VIA FÉRREA

VIA FÉRREA

Era muito quente, úmido e escondido

Nas ravinas sinuosas das vertentes.

Onde, longe das casas e das gentes,

Andávamos em busca do insabido.


Ainda muito novo e convencido,

– Ou igual diziam lá, “dado a repentes…” –

Os seguia pisando nos dormentes

Dos trilhos suburbanos a corrido.


E para não passar como covarde,

Tinha-de acompanhar sem dar vacilo

Aos vãos do pontilhão sem mais alarde.


Um monte de moleques era aquilo!

Que na linha do trem gastando a tarde,

Atravessava um tempo mais tranquilo.


Betim - 21 11 1998


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