segunda-feira, 4 de agosto de 2025

AMESQUINHADO

AMESQUINHADO


Tinha já tão pequeno o coração,

Que não podia sentir senão aos poucos.

Depois de ver mais sábios os mais loucos,

Parece indiferente à escuridão.


Dos grandes sentimentos, a ilusão 

Clamara às multidões a brados roucos.

Hoje, com olhos vis e ouvidos moucos,

Isola-se na própria percepção.


Guarda vaga memória de quem fora

Ou do que defendera vida afora,

Antes de se perder na realidade.


Pois, se o amor que era pouco se acabou, 

De si para consigo, o que restou

É qualquer coisa em vão como a saudade.


Betim - 02 08 2025

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