INVERÍDICO
Tomando por verdade devaneios,
De ficções tenho dado testemunho.
Logo, o que aqui se lê desde o rascunho,
São-me mais ansiedades do que anseios...
A galope, a cabeça vai sem freios
Girogirar ideias em redemunho,
Até eu declarar de próprio punho
Como se fossem meus vícios alheios:
Para os devidos fins, venho mentindo
Acerca do que é claro e do que é lindo,
No afã de viver vidas que não minhas.
Assim, eu de inverdades tenho escrito
Sempre as falsas memórias d'um aflito
Perdidas n'essas mal traçadas linhas.
Esmeraldas - 10 11 2017
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