domingo, 7 de outubro de 2018

FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA

FOCINHO DE PORCO NÃO É TOMADA

Sim, às vezes é preciso dizer o óbvio. É preciso escrever com todas as letras: FASCISTA. Digam o que disserem, não somos obrigados a deixar que o ódio puro e simples nos governe, embora entenda que muitos estejam dispostos a abrir mão de suas liberdades ou fazer vista grossa para o ataque a minorias. Também entendo que alguns considerem esse extremismo que tantos elegem seja um mal necessário para que tenhamos uma ordem social que permita às pessoas trabalhar em paz. Ainda assim, é preciso reconhecer que a justiça exercida com as próprias mãos não é justiça, sim vingança. Por mais decepcionante que a Polícia e o Judiciário possam parecer, agir sem mandado do povo, ou seja, regulado por regras e processos, é o primeiro passo para a generalização da violência e da barbárie.

No final das contas, o desejo de justiça tão louvável das pessoas será usado como opressão contra elas mesmas.

Estes que pretendem nos governar alçados ao poder por uma maioria revoltada mas superficial, não terão limites mesmo quando os factos, a verdade e o bom senso os desmentirem. Reescrevam os livros de História e queimem os de Filosofia! -- exortam eles -- reduzam os códigos Civil e Penal ao obscurantismo biblista!... -- e, sobretudo -- a arma nas mãos de homens de bem a julgar o certo e o errado e, afinal, decidir a vida e a morte...

Focinho de porco não é tomada. Não, fascistas não são melhores que os narcotraficantes que dizem pretender exterminar. O que fascistas de facto costumam exterminar são as vozes que lhes contestam e ainda as minorias pacíficas e incompreendidas -- como eram os judeus na Alemanha de Hitler -- como o hoje candidato majoritário à presidência de nossa República promete fazer com a militância LGBT. Ex-militar não é herói. Polícia que atira para matar, também não. Leis que oprimem minorias são imorais e, civilmente, precisam ser desobedecidas. O país que eu quero, por mais piegas que isso seja, é um país guiado pela tolerância, não pelo ódio.

Agora, de consciência limpa, eu vou votar.

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