quarta-feira, 8 de julho de 2020

AVALANCHA

AVALANCHA

Hei sido reticente do quando ou onde...
Entanto, acima das nuvens, na jornada
Surpreendo neblinosa outra alvorada:
Eu berro e nem o abismo me responde!

Encadeei palavras, mas aonde 
Irão quando o infinito tende ao nada? 
Nem m'especularão a derrocada,
Visto quanto a geleira mal esconde.

Eu e meus planos vamos muito em breve,
Despencar, um por um, em plena rota
Em cujo aclive a noite nos deteve.

Pois apesar da esplêndida derrota,
Escreverei meu nome sobre a neve
N'um glaciar em degelo, gota a gota...!

Belo Horizonte - 11 04 1998


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