A PÃO E ÁGUA
Tenho passado a pão e água os meus dias,
Desgostoso da vida e seus prazeres.
Pois cada gozo alterca com sofreres,
Em meio a mais tristezas que alegrias.
Entre azares se perdem fantasias
Tal como auroras entre os afazeres…
Tempo se desperdiça com haveres,
Enquanto um grande amor entre porfias.
Este estranho jejum a que me obrigo
É obra involuntária de mendigo
Que pouco ou nada tem de piedosa.
É dissabor total com o que vivo!
Se o tens por sacrifício sem motivo
É que me desconheces toda a prosa.
Betim - 07 11 2020
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