RESSAQUINHA
Mal acordo tomando o meu café
N'um lagoinha que -- puts!-- servira pinga...
Vendo o povo que cedo s'endominga,
E vai à igreja em frente ao cabaré.
Co'a mente mareada vou na fé,
Depois d'outra noitada de rezinga.
Desafiador, o sol de mim se vinga,
Enquanto a cambalear fico de pé.
Então recordo a lua na sarjeta,
Que na noite anterior me vira poeta
E boêmio a seguir de bar em bar.
Rimas martelavam na cabeça,
Onde a manhã, espada, me atravessa,
Tirando as ideias todas do lugar.
Betim - 08 12 2021
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