segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

À RÉCUA

À RÉCUA 


Quem não pede licença, sim desculpa,

E tende a agir conforme as circunstâncias,

Faz exigir por tantas inconstâncias,

Que à Justiça outra estátua vil s'esculpa!…


E o que premeditado se desculpa,

Somente é outra chance para errâncias

D'um homem bom imerso em más ânsias,

Até que admita a si a própria culpa.


D'este modo, o malfeito vale a pena,

Ao passo que a verdade se apequena

Por sob as vistas grossas d'Excelências…


Recua tão-somente em dar a volta

Para enquanto abre campo à rédea solta,

Cobrir-se d'ouro até as excrescências!


Belo Horizonte - 20 12 2021

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