AVASSALADORA
Como fosse um aríete, ela vem
Rompendo-me a defesa a cavaleiro.
Avança ao revelim quase fronteiro
Às guardas que a portada mal sustêm.
Vem através das chamas, como quem
Tem o corpo fechado ao hábil arqueiro
E se lança à vanguarda, flor-de-cheiro,
A ocupar o lugar do querer bem.
Mal chega e se assenhora do fortim:
Irrompe à praça d’armas e à portela;
Comanda do torreão a cidadela.
Avassaladora e ávida de mim,
Onde nunca ninguém antes me houvera,
Ela vem e me traz a primavera!
Belo Horizonte - 22 09 2021
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