ANTIPOÉTICO
Não há nada de bom nem de bonito
Qu’eu possa hoje expressar como poesia…
Nem nada de verdade ou alegria
Que possa pretender-se algo infinito.
Parece que em mais nada eu acredito!
Parece não haver mais fantasia!
Se escrevo, é impressão do dia a dia
Já sem qualquer paixão pelo descrito.
De tédio, indiferença e alienação
S’enchera o meu cansado coração
Depois d’algumas horas de vazio.
Se me olhais condenável a actitude,
Sabei vós que mais nada a mim me ilude
Em meio a um mundo mais e mais sombrio.
Betim - 05 01 2021
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