segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

ANTIPOÉTICO

ANTIPOÉTICO


Não há nada de bom nem de bonito 

Qu’eu possa hoje expressar como poesia…

Nem nada de verdade ou alegria 

Que possa pretender-se algo infinito.


Parece que em mais nada eu acredito!

Parece não haver mais fantasia!

Se escrevo, é impressão do dia a dia

Já sem qualquer paixão pelo descrito.


De tédio, indiferença e alienação

S’enchera o meu cansado coração

Depois d’algumas horas de vazio.


Se me olhais condenável a actitude,

Sabei vós que mais nada a mim me ilude

Em meio a um mundo mais e mais sombrio.


Betim - 05 01 2021

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