À PROCURA
Busco-me rabiscando com a pena
O pálido papel até que expresse
Em esboços e letras uma prece
Que à guisa de poesia s’encadena.
Basta da realidade que a Hora encena!
Tão mortal quanto o mal que não s’esquece,
A cada dia basta o seu estresse:
À noite se contemple a lua plena…
Poeto, mas o óbvio impõe-me a irrelevância
Mediante obscuras obras de loucura,
Que ainda me alimentam a alma de ânsia.
Mesmo assim, não me curvo à desventura:
A razoáveis razões oponho a infância,
Enquanto vago as noites à procura.
Belo Horizonte - 10 10 1992
Nenhum comentário:
Postar um comentário