quarta-feira, 19 de abril de 2023

MILIMÉTRICO

MILIMÉTRICO


Paquímetro na mão, meço a bitola

D’uma rosca sem fim helicoidal,

Que há-de girar, precisa e funcional,

Para abrir e fechar a portinhola.


Muitas artes e ofícios desde a escola,

Traçando em projeção ortogonal…

Mas tinha-de dar certo no final,

Senão não era nem uma gaiola!


O aço, tão exigente quanto o verso,

Não tolera o desvio controverso

Quando tem-de ser posto em movimento.


Pois soa, ao ser medido, harmonioso:

Faz deslizar no encaixe industrioso,

Um sopro de razão e sentimento.


Betim - 18 04 2023








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