sexta-feira, 21 de julho de 2023

VERSOS D'ALCOVA

VERSOS D'ALCOVA

 

Ainda em meio ao banho, por espelhos,

Te observava os reflexos no azulejo.

Desnuda-se a beleza n’um lampejo:

Curvas d’ombros, seios, nádegas, joelhos...


Mas, se paixões desdenham de conselhos,

Baldo é ditar razões contra o desejo…!

Ao toque de meus dedos, suave arpejo,

Deixaste nossos corpos já parelhos.

 

Logo não serei mais do que a loucura

De, ávido, m’embriagar da formosura

De tuas nuas curvas femininas. 

 

Após, abandonado sobre a alcova,

Com teus olhos nos meus eu me comova,

Revendo o teu prazer pelas retinas.

 

Belo Horizonte – 02 02 1992


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