GOTA A GOTA
Tamborilava a chuva no telhado
Enquanto começava a clarear
Co'os olhos s’entreabrindo devagar,
Ressentidos do sono abandonado…
Era ainda um silêncio atravessado
Pelas gotas da calha a transbordar
Por sobre ideias fora de lugar
E todo aquele alvor de lado a lado.
Imerso n’uma espécie de entressono,
Seguia o batucar hipnotizante,
Livre de desencanto ou desengano
Fora não se sentir senão errante
Na semiconsciência do abandono,
Em quase tudo ao nada semelhante.
Betim - 12 12 2024
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