sexta-feira, 11 de abril de 2025

SONOLÊNCIA

SONOLÊNCIA

D’olhos pesados, mal distingo o dia

A alvorecer por frestas de persiana.

Vem claridade ardendo-me a pestana,

Sem que inteiro desperte, todavia.

Tateio até o banho, cuspo à pia

E vejo a água sumir na porcelana.

Enquanto a mente enfim se desengana,

De quanto o sonho nutre a fantasia.

N’uma semiconsciência bocejante,

Preparo o meu café com pão dormido,

Mas sigo contra as luzes, relutante.

Ainda assim, o sol que ora invalido

Há-de me acompanhar, instante a instante.

E eis-me em péssimo humor amanhecido…

Betim - 10 04 2025


Nenhum comentário:

Postar um comentário