quinta-feira, 28 de agosto de 2025

MISERERE

MISERERE


Sou, por mal dos pecados, um descrente;

Todo entregue a mais vã concupiscência.

Se de muito me acusa a consciência,

De muito mais me julgo impenitente.


Da vida após a morte, eu tão-somente

Tenho uma indiferente complacência.

Não sei se por preguiça ou incompetência

Não alcanço dos fiéis o olhar silente.


Deus não me deu a graça de ter fé…

Por isso, o meu caminho eu sigo a pé,

Não pelas asas de anjos ou demônios.


Eu deixo a metafísica aos que a veem

Em tudo o que acontece e, logo, creem

Em verdades demais para os neurônios. 


Perdões - 27 08 2025


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