INTROSPECTO
Olhando para dentro, ora me vejo
Perplexo com quem sou e tenho sido.
Vivo às margens de mim; perto d'Olvido,
Nos vãos da solidão e do desejo.
Eu tanto m'enganei que tenho pejo
De a ilusões ter um dia dado ouvido…
Tudo hoje me parece sem sentido,
A ponto d'eu descrer de quanto almejo:
Desejar é perder-se no outro. Assim,
Procuro m’encontrar dentro de mim,
Ao invés de me buscar novos tiranos.
Para além de qualquer satisfação,
Romper de vez os elos da prisão
Que me roubou de mim por tantos anos.
Belo Horizonte- 20 05 2002
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