OSTRACISMO
Hoje em dia, eu converso com ausentes
E componho uns silêncios reflexivos.
Tenho andado entre vivos e não vivos,
Como se um purgatório de descrentes.
Eu cumpro a minha pena sem correntes,
Embora saiba ter os pés captivos
Por perscrutar dos meus os seus motivos
Co’a culpa que se impõem os inocentes.
D’olhos no que passou, eu passo os dias
Às voltas co'as lembranças mais baldias
Em minha irrelevância indiferente.
E, de tudo que amei distanciado,
Percebo ter eu mesmo me tornado
Senão um estranho entre estranha gente.
Congonhas - 30 06 2025
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