sexta-feira, 4 de julho de 2025

OSTRACISMO

OSTRACISMO 


Hoje em dia, eu converso com ausentes

E componho uns silêncios reflexivos.

Tenho andado entre vivos e não vivos,

Como se um purgatório de descrentes.


Eu cumpro a minha pena sem correntes,

Embora saiba ter os pés captivos

Por perscrutar dos meus os seus motivos

Co’a culpa que se impõem os inocentes.


D’olhos no que passou, eu passo os dias

Às voltas co'as lembranças mais baldias

Em minha irrelevância indiferente.


E, de tudo que amei distanciado,

Percebo ter eu mesmo me tornado

Senão um estranho entre estranha gente.


Congonhas - 30 06 2025


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