À PROENÇAL
Dormis, ó bela, em torres de marfim,
Sem mais porvir, sem dor dormir, sem nada...
Ei-vos o corpo estátua inacabada,
Tendo voss'alma pálida por fim.
Não esperais por reis d’além-jardim,
Sim por vós, quintessência decantada,
Onde as virtudes todas têm morada,
Enquanto os vícios todos sobre mim.
Mas seja meu cantar vosso acalanto.
Pois, embora a poesia amor mundano,
A música traz d'anjos o amor santo.
Sois um ideal, não carne, cerne humano...
Sede-o, ó bela: Incorpórea! Abstrato encanto!!!
E eu tão-só os ouvidos vos profano...
Betim - 02 10 1998
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