quinta-feira, 31 de maio de 2018

MADREPÉROLA

MADREPÉROLA

Segredada entre conchas, revestindo
Demão após demão um grão de areia:
Camada iridescente que permeia
A lenta gestação de quanto é lindo.

Deveras, o invasor seja bem-vindo
Como um profeta dentro da baleia...
Certo de só deixar morada alheia
Vestido d'esplendor quando for findo.

Pois matéria de sonhos onde a luz
Brinca de rebrilhar, por caprichosa,
À maravilha vã dos olhos nus.

Mas, sobretudo, mãe... Que generosa
Transforma o aperolado que seduz
N'uma gema a si mesma mais valiosa.

Betim - 31 05 2018

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