MADREPÉROLA
Segredada entre conchas, revestindo
Demão após demão um grão de areia:
Camada iridescente que permeia
A lenta gestação de quanto é lindo.
Deveras, o invasor seja bem-vindo
Como um profeta dentro da baleia...
Certo de só deixar morada alheia
Vestido d'esplendor quando for findo.
Pois matéria de sonhos onde a luz
Brinca de rebrilhar, por caprichosa,
À maravilha vã dos olhos nus.
Mas, sobretudo, mãe... Que generosa
Transforma o aperolado que seduz
N'uma gema a si mesma mais valiosa.
Betim - 31 05 2018
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