A SALVO
Depois de atravessar grandes perigos,
Peço licença aos donos d'esta terra
-- Refugiado que pelas nações erra,
A buscar recomeços entre abrigos --
Mal se comparam meus males antigos
Aos que tem-de passar quem se desterra!...
Mesmo olhos que já viram tanta guerra
Ou indistintos amigos e inimigos...
Tendo perdido tudo, reste a vida.
Vedado o amanhã, atenha-se ao hoje
À luz de quanto o novo sol convida.
Acolhei quem como eu ainda foge
E, em desespero, aqui busca guarida,
Permitindo que a salvo enfim se aloje!
Betim - 01 06 2018
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